Dia Mundial da Sepse: Publicação descreve como implementar protocolos gerenciais para diagnóstico e tratamento

livro_cAntigamente conhecida como septicemia ou infecção generalizada, a sepse consiste em inflamação generalizada do próprio organismo contra uma infecção que pode estar localizada em qualquer órgão. Essa inflamação pode levar a parada de funcionamento de um ou de mais órgãos, com risco de morte quando não descoberta e tratada rapidamente.

Para aumentar a percepção da sepse e em alusão do Dia Mundial da Sepse (13 de setembro), o Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina (Coren/SC) estabelece parceria com o Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS) para divulgar o livro “Sepse, um problema de saúde pública”. A obra, lançada pelo ILAS, foi desenvolvida em parceria com o Conselho Federal de Medicina e traz informações gerais sobre a síndrome e a descrição passo a passo da implementação de protocolos gerenciados para diagnóstico e tratamento. A publicação pode ser acessada gratuitamente aqui. 

O ILAS é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 2004, com o objetivo de auxiliar no processo de aperfeiçoamento da qualidade assistencial do paciente com sepse grave por meio da implementação de protocolos de reconhecimento e tratamento baseados em evidências científicas, da geração e difusão de conhecimentos e do desenvolvimento de estudos clínicos.

Mundialmente o Dia Mundial da Sepse está recebendo o slogan “Pare a Sepse, Salve Vidas”. O projeto mundial capitaneado pela Global Sepsis Alliance (GSA), uma organização sem fins lucrativos, que conta com a colaboração de 39 grandes entidades internacionais de profissionais dedicados a melhorar a percepção e o tratamento de sepse: www.globalsepsisalliance.org.

O objetivo central é aumentar a percepção da sepse tanto entre profissionais de saúde como entre o público leigo e, assim, priorizar a sepse como uma emergência médica a fim de que todos os pacientes possam receber intervenções básicas, incluindo antibióticos e fluídos intravenosos, dentro da primeira hora.

Apesar do tratamento precoce com intervenções básicas estar associado à melhora na sobrevida, a aderência a essas medidas ainda é muito baixa no Brasil e em diversos locais do mundo.
No país, estima-se que 400 mil pacientes sejam atingidos anualmente, com letalidade em torno de 50%, uma das maiores do mundo. A Global Sepsis Alliance tem em sua Declaração Contra a Sepse cinco metas:

1. Inserir a sepse na agenda de desenvolvimento. A Declaração Mundial da Sepse aumentará a prioridade política dada à sepse, despertando a conscientização a respeito do crescente ônus médico e econômico representado pela doença.

2. Mobilizar os envolvidos. Assegurar que as estratégias para prevenção e controle do impacto global da sepse sejam focalizadas naqueles de maior necessidade.

3. Apoiar a implantação de diretrizes internacionais de sepse. Melhorar o reconhecimento precoce e proporcionar tratamento mais eficaz da sepse, além de possibilitar prevenção e tratamento adequados para todas as pessoas em todo o mundo.

4. Envolver os sobreviventes de sepse e os enlutados por ela no planejamento de estratégias para diminuir a incidência de sepse e melhorar os resultados no tratamento desta condição tanto local como nacionalmente.

5. Assegurar que existam instalações suficientes para tratamento e reabilitação e equipes bem treinadas para o cuidado em curto e longo prazo de pacientes com sepse.

Entenda a Sepse

Quem tem mais risco de adquirir sepse?

Prematuros; crianças abaixo de um ano; idosos acima de 65 anos; pacientes com câncer, AIDS ou que fizeram uso de quimioterapia ou outros medicamentos que afetam as defesas do organismo, pacientes com doenças crônicas como insuficiência cardíaca, insuficiência renal, diabetes; usuários de álcool e drogas e pacientes hospitalizados que utilizam antibióticos, cateteres ou sondas.

MAS ATENÇÃO: Qualquer pessoa pode ter sepse.

Como a sepse pode ser diagnosticada?

Embora não existam sintomas específicos, todas as pessoas que estão passando por uma infecção e apresentam febre, aceleração do coração (taquicardia), respiração mais rápida (taquipneia), fraqueza intensa e tonteiras e pelo menos um dos sinais de gravidade, como pressão baixa, diminuição da quantidade de urina, falta de ar, sonolência excessiva ou ficam confusos (principalmente os idosos) devem procurar imediatamente um serviço de emergência ou o seu médico.

Quais os tipos de infecção que podem evoluir para sepse?

Qualquer tipo de infecção, leve ou grave, pode evoluir para sepse. As mais comuns são a pneumonia, infecções na barriga e infecções urinárias. Por isso quanto menor o tempo com infecção, menor a chance de surgimento da sepse. Para tal, o tratamento rápido das infecções é uma estratégia que deve ser adotada.

O tratamento da sepse exige recursos sofisticados?

Não. A maioria das medidas eficazes para tratamento da sepse pode ser realizadas com o treinamento dos profissionais de saúde, utilizando recursos disponíveis na maioria das unidades de saúde.

Como é o tratamento?

O principal tratamento da sepse é administrar antibióticos pela veia o mais rápido possível. Podem ser necessários oxigênio, líquidos na veia e medicamentos que aumentem a pressão arterial. A diálise pode ser necessária se os rins pararem de funcionar. Um aparelho de respiração artificial pode ser utilizado em caso de dificuldade respiratória grave.

É possível prevenir a sepse?

O risco de sepse pode ser diminuído, principalmente em crianças, respeitando-se o calendário de vacinação. Uma higiene adequada das mãos e cuidados com o equipamento médico podem ajudar a prevenir infecções hospitalares que levam à sepse. Mas atenção: sepse não acontece só por causa de infecções hospitalares. Assim, bons hábitos de saúde podem ajudar. Outra dica importante é evitar a automedicação e o uso desnecessário de antibióticos.

Você tem dúvidas?

Entre em contato com o ILAS pelo “Fale conosco” no site do Instituto: www.ilas.org.br.

Fonte: Instituto Latino Americano de Sepse com adaptações Coren/SC