“Como nós, profissionais de Enfermagem, nos vemos? Empoderados? Conscientes do nosso papel? Criativos? Socializando o poder entre os cidadãos? Conquistando a condição e a capacidade de participação? Exercendo a cidadania? A nossa postura profissional e condutas transparecem e contribuem para formar a visão do outro sobre nós”, refletiu a Presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina (Coren/SC), Enfermeira Helga Bresciani, em palestra sobre Valorização do Profissional de Enfermagem no Imperial Hospital de Caridade, em Florianópolis.
Helga lembrou alguns fundamentos que os profissionais de Enfermagem devem seguir: respeito aos seus direitos; reconhecimento da dignidade humana e compartilhamento de saberes com o outro. “Cada vez que eu trato bem um paciente, que eu ouço um colega, que eu executo um procedimento da maneira correta, eu estou valorizando a profissão”, complementou.
Para um bom desempenho profissional é necessário ter conhecimento, habilidade e atitude. “Entre as normas legais que devemos ter pleno conhecimento são: a Lei do Exercício Profissional e o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. A Lei do Exercício Profissional, por exemplo, descreve as atribuições de cada categoria da Enfermagem; e o profissional de Enfermagem não pode ter dúvida sobre o que lhe compete. Já o Código de Ética apresenta direitos, deveres, responsabilidades e proibições dos profissionais de Enfermagem”, argumentou Bresciani.
A Presidente do Coren/SC citou duas ações que a Enfermagem pode fazer para a valorização: 1) Dimensionamento; e Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). Sobre o dimensionamento, Helga lembrou que é uma ferramenta indispensável para verificar se a equipe está composta pelo quantitativo adequado de profissionais de Enfermagem. “O profissional Enfermeiro tem autonomia para determinar quantos profissionais de Enfermagem são necessários para a unidade ou instituição, com base na Resolução Cofen nº 293/2004. Se não tiver o quantitativo adequado deve comunicar o gestor e o Coren/SC (que faz frequentes inspeções às instituições para avaliar o cumprimento da legislação) para a necessidade de contratação de mais profissionais de Enfermagem. A implantação da SAE resulta em melhoria para a qualidade da assistência de Enfermagem, pois reorganiza as práticas da Enfermagem. Sistematizar é resolutivo e favorece a integralidade, o acolhimento, a humanização e o vínculo profissional-paciente”, explicou.
Outros fatores para a valorização profissional, infelizmente, não dependem diretamente da Enfermagem, mas é necessário seguir na luta. “Recorrer à história faz nos lembrar muitas lutas e conquistas, como a regulamentação da profissão com liberdade e autonomia; criação do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem para garantir que somente pessoas habilitadas exerçam a profissão e garantir também o cumprimento das leis. Mas temos ainda muito que lutar pela conquista, por exemplo, da jornada de 30h semanais para a categoria; piso salarial digno do trabalho em Enfermagem; qualidade do ensino e educação permanente”, finalizou.
A temática da palestra foi uma proposição dos profissionais de Enfermagem para as atividades da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem no Hospital. “A palestra foi excelente. Fez-nos pensar e repensar as nossas atitudes e como aprimorá-las em busca de mais valorização”, avaliou a organizadora da Semana na instituição, Enfermeira Franciele Nardino. “Devemos valorizar cada procedimento realizado. Usar as circunstâncias como trampolim para conquistar a valorização”, disse a Enfermeira Gisele Meneguel Coutinho, participante da atividade.
A programação do Imperial Hospital de Caridade iniciou no dia 11 de maio – com solenidade de abertura, seguida por Oficina de Dimensionamento de Pessoal, ministrada pelas Enfermeiras Fiscais do Coren/SC – e continuou até o dia 15 com palestras para capacitação dos profissionais de Enfermagem da instituição.