20 de junho: dia de lembrar de Clara Zetkin que foi referência na luta pelos direitos das mulheres

Professora, jornalista e política marxista alemã, Clara Josephine Zetkin é uma figura histórica do feminismo. Foi uma das fundadoras e dirigentes do Socorro Vermelho Internacional. Nascida em Wiederau (Alemanha), no dia 5 de julho de 1857, estudou direito e começou a ter contato com movimentos operários alemães em 1874. Mas, em 1882, ela é forçada a se exilar na Suíça e depois na França por causa da proibição do governo Bismarck em manter os movimentos comunistas na legalidade. Sua principal luta foi pelo sufrágio feminino, pois acreditava na libertação da mulher, em tempos que elas tinham seus corpos cobertos com vestidos longos e eram vistas como seres inferiores e invisibilizadas socialmente. Seu marido foi exilado em Paris e ela muda-se para Zurique, com a tarefa de contribuir no jornal “O Socialdemocrata”, que em seguida também torna-se clandestino.
Clara Zetkin criou, em 1892, o jornal Die Gleichheit (A Igualdade), do qual ela seria redatora-chefe. O jornal foi publicado até 1917. Die Gleichheit era um instrumento de educação popular das mulheres trabalhadoras e de informação sobre suas condições de trabalho. Participou de numerosas ações, o que lhe rendeu várias detenções e até prisão. 

Em 26 de agosto de 1910, durante a Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada na Casa do Povo (Folket Hus), em Copenhagen (Dinamarca), Clara Zetkin propôs, com Alexandra Kollontai e Rosa Luxemburgo, a criação do Dia Internacional da Mulher, como uma jornada anual de manifestação pelo direito de voto para as mulheres e pela igualdade dos sexos. O primeiro Dia Internacional da Mulher foi comemorado em 19 de março de 1911. Posteriormente, a comemoração passaria a ocorrer no dia 8 de março.

No início do século 20, o incipiente movimento feminista começa a se organizar no interior das fábricas na Europa e nos EUA visando deflagrar uma campanha para reivindicar melhores condições de trabalho para as mulheres, que eram ainda piores que a dos homens proletarizados, chegando a ter jornadas de 16h por dia, seis dias por semana.
Obrigada a fugir da Alemanha após a ascensão do nazismo, faleceu algumas semanas mais tarde, no exílio, em Moscou, aos 75 anos, em 20 de junho de 1933.