Comissão busca solução para diminuir fila cirúrgica da fissura labiopalatina

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Neodi Saretta (PT), realizou nesta terça-feira (1º) uma audiência pública para debater o atendimento da pessoa com fissura labiopalatina em Joinville. O conselheiro Vilmar Wanderert esteve presente na ocasião, representando o Coren/SC. De acordo com Saretta, proponente da audiência, há uma longa fila de espera por cirurgias, já que a demanda ultrapassa o número de autorizações. Conforme o deputado, há uma angústia muito grande dos pacientes, pois o número de cirurgias realizadas em Joinville para este problema diminuiu de 32 para 20 mensais.

Tem pacientes, inclusive, aguardando há mais de cinco anos na fila para a cirurgia ortogmática. “É importante que esta audiência pública possa expor essa problemática, buscar os encaminhamentos para que possamos fazer essa fila andar e acabar com a angústia dos pacientes que ficam anos esperando. É um tratamento longo e essa angústia vai afetando o paciente e a família também”, disse Saretta. De acordo com a assistente social Ivonete Terezinha Cassol, representando a Associação dos Portadores de Fissura Labiopalatais (Profis) de Concórdia, a demanda de cirurgias labiopalatinas é de 50 procedimentos por mês. “A nossa busca hoje aqui é por agilizar a situação das filas, através de mutirão ou acelerar cirurgias, principalmente as ortognáticas”, disse.

Saretta relatou ainda que, conforme a central de regulação, de Joinville, há 99 crianças aguardando por algum tipo de cirurgia de correção. Desses, 80 estão na fila da palatoplastia, que é o procedimento usado para corrigir ou reconstruir o palato em uma pessoa com fissura palatina.

Esses procedimentos são feitos no hospital infantil de Joinville. Já no hospital regional do município, que atende adultos, há 43 pacientes na fila. Desses, 41 são para cirurgias múltiplas. Nessa fila está o estudante Renan Boscatto que aguarda há cinco anos por uma cirurgia ortognática, um procedimento cirúrgico que corrige e reposiciona os ossos da mandíbula. “Eu tenho 23 anos e não consigo respirar direito, não consigo tirar uma foto decente”, relatou o estudante.

O superintendente de Regulação da SES, Ramon Tartari, comprometeu-se em verificar os questionamentos e a estudar a situação em Jonville para redimensionar a capacidade instalada. Bem como, manter os tratamentos iniciados no município, que é muito procurado em função da qualidade dos serviços oferecidos. Mas ele acredita que o Hospital Infantil Joana de Gusmão tem um serviço promissor, que pode ser mais utilizado, o que vai desafogar a demanda.