Coren/SC solicita ao Instituto de Cardiologia de SC esclarecimentos sobre bloqueio de leitos por presença de bactérias multirresistentes

A presença de bactérias multirresistentes no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina (ICSC), localizado em São José, fez com que a unidade bloqueasse temporariamente leitos da Unidade Coronariana na semana passada. No mesmo dia em que o caso foi divulgado por um site de notícias (Farol Reportagem), dia 25 de agosto, dois Enfermeiros Fiscais do Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina (Coren/SC) foram à instituição para coletar informações e esclarecimentos, e acompanhar os procedimentos em defesa da prestação dos serviços à sociedade.

O alerta foi da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Instituto, através de comunicação interna enviada à Coordenação Estadual de Controle de Infecção em Serviços de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde. A Enfermeira Jacqueline Marlene Gil Lúcio assinou o documento junto com a médica infectologista da Unidade Coronariana.

Ao Coren/SC, a Enfermeira Jaqueline esclareceu em nota que a Unidade Coronariana do ICSC possui atualmente 10 leitos ativados e encontra-se com 04 pacientes colonizados/infectados por bactérias multirresistentes, 02 pacientes sem colonização ou infecção (realizando cultura de vigilância semanalmente), um leito reservado para procedimentos de hemodiálise e dois leitos bloqueados. Até  a sexta-feira (dia 26)  não haviam classificada a situação como um surto e sim como um alerta epidemiológico,  “pois nesta situação de alerta as medidas de controle devem ser implementadas de forma rápida e eficiente e devem estar dirigidas para suprimir ou eliminar as fontes de infecção ou exposição, interromper a transmissão cruzada e reduzir a suscetibilidade”, afirmou Jaqueline na nota.

Sendo assim, após avaliação criteriosa desses dados, a equipe percebeu que estavam em alerta epidemiológico e tomaram medidas preventivas para que não ocorresse uma situação de surto.

“Ressaltamos que esse alerta epidemiológico nos levou a solicitar ao corpo diretivo do ICSC o bloqueio temporário dos leitos da Unidade Coronariana Clínica, a fim de não colocar em risco a integridade de qualquer paciente que venha a ocupar um leito nesta unidade. E concomitante a esta solicitação traçamos metas preventivas como a desinfecção terminal da Unidade Coronariana clínica, que só conseguimos realizar após bloqueio de dois leitos da referida unidade”, esclarece.

Frente a essa situação estão diariamente avaliando e buscando estratégias para aumentar recursos humanos, de reposição de materiais adicionais, assim como providenciar a desinfecção terminal do ambiente. Para que essas e outras medidas sejam agilizadas, necessitam manter o bloqueio temporariamente dos leitos da UCO.

Resposta da Secretaria – Das seis pessoas, duas já receberam alta da unidade coronária. Pela assessoria de imprensa, a direção do ICSC disse que “está dispensando o tratamento mais adequado aos pacientes afetados por bactérias multirresistentes pois a prioridade é o pronto restabelecimento”. A Secretaria Estadual de Saúde garante que não foi necessária a suspensão das cirurgias, e disse ainda que “o problema existe, como em qualquer outra unidade hospitalar, porém está sob controle, com a unidade seguindo todos os protocolos de atendimento recomendáveis”.

Com a detecção das bactérias, a recomendação da Comissão de Vigilância também foi para que após a desocupação do leito da unidade coronária fossem realizadas três limpezas terminais consecutivas de forma imediata e rigorosa. A Secretaria descartou que esteja ocorrendo um surto e garantiu que “a taxa de infecção hospitalar está dentro dos parâmetros”.