SUS inclui vacina de hepatite A para crianças

Enfermagem exerce um papel fundamental nas imunizações, monitorando todos os aspectos técnicos e operacionais

O calendário básico de imunização da criança foi ampliado com a introdução da vacina contra a hepatite A, que passa a ser ofertada nos postos de saúde do país. A meta do Ministério da Saúde é imunizar 95% do público-alvo, cerca de três milhões de crianças – na faixa etária de um até dois anos incompletos – no período de 12 meses. Com isso, o Brasil passa a oferecer, gratuitamente, 14 vacinas de rotina, garantindo todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A Enfermagem exerce um papel fundamental nas imunizações por monitorar todos os aspectos técnicos e operacionais na sala de vacinas, da biossegurança à orientação ao paciente. A vacina contra a hepatite A é segura e praticamente isenta de reações, mas pode provocar vermelhidão e inchaço no local da aplicação.

As doses para o início da vacinação já foram enviadas para todas as secretarias estaduais de saúde, assim como os materiais instrucionais para a correta aplicação. Para o início da vacinação, estados e municípios receberam 1,2 milhão de doses. Outros lotes da vacina serão encaminhados, ainda este ano e no decorrer de 2015, para atender 100% do público-alvo. A data para início da vacinação será definida por cada estado.

O objetivo é prevenir e controlar a hepatite A, imunizando gradativamente toda a população. O esquema vacinal preconizado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, prevê uma dose única da vacina. Será feito o monitoramento da situação epidemiológica da doença para definir a inclusão ou não de uma segunda dose no calendário da criança.

A vacina contra a hepatite A deve ser incorporada aos programas nacionais de imunização, na medida em que as condições de saneamento básico de um país começam a melhorar e o contato das pessoas com o vírus passa a ocorrer mais tarde, na fase adulta, propiciando o surgimento de mais casos da forma grave da doença. O Brasil investiu R$ 111 milhões na compra de 5,6 milhões de doses neste ano.

Parceria – A introdução desta vacina foi possível mediante política brasileira de fortalecimento do complexo industrial da saúde, ampliando a capacidade de produção de vacinas no país. A tecnologia envolvida é resultado de acordo de transferência feito por meio de Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre o Ministério da Saúde e o laboratório produtor Merck Sharp & Dohme Farmacêutica, que vai transferir gradualmente para o laboratório público Instituto Butantan a tecnologia e a fórmula do princípio ativo deste imunobiológico. A transferência completa da tecnologia, com produção 100% nacional, está prevista para 2018.

Sobre a Doença – A hepatite A é uma doença infecciosa que atinge o fígado. Habitualmente benigna, raramente apresenta uma forma grave (aguda e fulminante) que pode levar à hospitalização ou morte em 2% a 7% dos casos graves. De acordo com a OMS, todos os anos ocorrem cerca de 1,4 milhão de casos da doença no mundo. No Brasil, foram registradas 761 mortes por hepatite A de 1999 a 2012, em decorrência do agravamento da doença.

A principal forma de contágio é a fecal-oral, por contato entre as pessoas infectadas ou por meio de água e alimentos contaminados. A estabilidade do vírus no meio ambiente e a grande quantidade de vírus presente nas fezes dos indivíduos infectados contribuem para a transmissão. A disseminação está relacionada com infraestrutura de saneamento básico e a aspectos ligados às condições de higiene.

Fonte: Conselho Federal de Enfermagem